segunda-feira, 18 de junho de 2012

SERÁ A SIRIA OUTRA LIBIA?


O bicho esta  pegando na Siria
Hoje morreu  segundo  os  meios  de  comunicação pro guerra 40  pessoas  em Homs.
Os observadores  da ONU  já  esfumarão  do  pais.
Russia ja  tem  preparado um barco de guerra  pronto  para  zarpar com destino a Damasco...é  como  estamos  vendo  o  mar  nao  esta  pra  peixe! 
Aconteceu  com  a  Libia, vai acontecer  com  a  Siria?

A revolução na Síria começou, tal como na Líbia, como uma contestação ao regime autocrático que vigorava há décadas no país. Era também uma luta contra a corrupção, a falta de liberdade e por democracia, causas aliás que têm sido comuns a todas as outras "Primaveras Árabes" do Médio Oriente e Norte de África. Mas o que faz a Síria perigosamente diferente da Líbia, e de todas as outras revoltas?A Síria tem uma característica que se tem acentuado, à medida que o conflito se vai tornando uma guerra civil: é também uma luta sectária entre dois ramos do Islão, os xiitas e os sunitas. A população está dividida, sendo que a grande maioria pertence ao segundo e uma minoria, bem como Bashar al-Assad, é do primeiro. Muito embora não tenha sido esta a causa, e o sentimento de mudança tenha sido generalizado a toda a população, o medo de represálias - por pertencer ao mesmo ramo que o Presidente sírio - faz com que haja uma luta fratricida. Por outro lado, as minorias protegidas por Bashar al-Assad, como os cristãos, são também alvo de perseguições pela maioria sunita, o que, aliado ao facto da Al-Qaeda já se ter associado unilateralmente aos rebeldes, torna o conflito verdadeiramente explosivo.Mas não é só. A nível regional a situação é também preocupante. No Líbano os confrontos entre sunitas e xiitas tem-se acentuado, e no Iraque os ataques bombistas às comunidades xiitas têm-se multiplicado. O Irã, uma teocracia xiita, tem-se mantido oficialmente afastado, mas qualquer hipótese de se envolver arrasta sempre a questão de ter, ou não ter, armamento nuclear, o que, com a certeza de que Israel o tem, traz um cenário, no mínimo, assustador.Por outro lado, uma ação coordenada da comunidade internacional na Síria, tal como se fez na Líbia para derrubar Kadhafi, tem obviamente contornos e implicações muito diferentes e o secretário-geral da OTAN, Anders Rasmussen, já veio afirmar que está fora de questão. Retirar Bashar al-Assad do poder é essencial, numa altura em que os massacres a povoações sunitas são frequentes e não poupam mulheres e crianças. Mas é preciso não esquecer que, quer o exército do Governo, como as milícias do grupo Shabiha lideradas pelo seus primos Fawaz al-Assad e Munzer al-Assad - e que se crê terem sido responsáveis pelas atrocidades cometidas em Qubair e Houla -, têm armamento sofisticado vendido pela Rússia e não têm qualquer pruído em usá-lo. Qualquer ajuda da OTAN, tal como se fez com os rebeldes líbios, nunca poderia deixar de ter em consideração o elevado poder militar do Governo sírio. Por outro lado, armar civis acarreta sempre consequências e a Líbia está neste momento a pagar esse preço, com conflitos e insegurança permanentes, tal como o incidente que aconteceu recentemente no aeroporto de Trípoli. O facto de não terem sido retiradas as armas aos rebeldes fez com que as rivalidades tribais acabem geralmente em violência, e haja um florescente mercado de venda ilegal de armamento que ultrapassa largamente as fronteiras líbias e que alimenta guerras e grupos terroristas em África, e equipa grupos sectários um pouco por todo o Médio Oriente.Finalmente, tal como na Líbia, deverá ser evitada a entrada de tropas estrangeiras em solo sírio, sob pena de ser evocada a jihad em legítima defesa do território ocupado, tal como fazem os talibãs ou os palestinianos. A Arábia Saudita já incitou a Liga Árabe a fazê-lo mas é uma opção a excluir completamente, sob pena de o conflito fratricida na Síria resvalar para uma guerra de consequências imprevisíveis.Danya Bashir - que virá à Gulbenkian no próximo dia 22, juntamente com Yassine Ayari, Mona Prince e Aboubakr Jamai - nunca pensou que o auxílio que pediu, e que conseguiu, quando a sua cidade de Bengasi esteve cercada pelas tropas de Kadhafi, tivesse tanta repercussão e fosse hoje matéria tão estudada e analisada nos conflitos gerados pela "Primavera Árabe". A Líbia foi um caso de sucesso, quase imediato, enquanto que na Síria a comunidade internacional hesita e o plano de paz de Kofi Annan falha. Se havia um Conselho Nacional Líbio bem estruturado, e que em muito facilitou a ajuda internacional, o Concelho Nacional Sírio mudou recentemente de chefe e Burhan Ghalioun, suportado pela Irmandade Muçulmana, foi substituído por um curdo, Abdel Sayda, que já veio dizer que Bashar al-Assad está a preparar a sua saída. Seria muito bom que ele tivesse razão.

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